terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O brega é mais gostoso.


Passei por uma fase aí.

Bordando víceras.

Abraçando cactos.

Pra ver se expelia de mim uma poesia

menos barata do que esta aqui.

Deu no que deu. As palavras não sangram

e quem sobra com a dor sou eu.

Vou agora me solucionar.

Descolar um amigo emo, traduzir suas confissões.

Cair no clichê e gerundiar.

As boas rimas que me perdoem,

amar de carne osso e coração pode até

ser brega,

mas é muito mais gostoso.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

tá, o primeiro do ano não poderia ser aleatório.

Tá, mas o primeiro do ano é. Estou em casa com um gato miando desesperadamente. Ele me lembra como um alarme. De tudo que eu deveria ter arrrumado durante minhas semanas de férias. De tudo que eu deveria ter feito durante as últimas semanas. Por que prometemos estas coisas impossíveis? Por que, no fim do ano, tentamos sublimar tudo aquilo que deveríamos ter sido em promessas sem pé nem cabeça?
Perguntas sem respostas, fica o miado no ar. Um outro está no quarto ao lado. Muito mais humano e real do que meu gato e a carência dele. E neste eu vejo mais: futuro, esperança e sonhos realizados. Comecei o ano com uma promessa entre todas as outras: acreditar. Hoje eu acredito no amor. Hoje eu acredito que há algo além dos temores, mágoas e desesperos que ficaram para trás.